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Gestão estratégica território portuário

  • Foto do escritor: Flavia Nico
    Flavia Nico
  • 29 de set.
  • 2 min de leitura

O senso comum entende gestão do território como assunto de menor importância, restrito a área de sustentabilidade – quando ela existe. Defendo que é aspecto estratégico do negócio portuário e, para que se apresente como uma oportunidade, deve estar no radar do Conselho de Administração da autoridade portuária.  


Uma boa gestão do território portuário depende de a política de sustentabilidade existir como um programa que articula ações isoladas em relação à cidade-porto dentro de um plano maior, esse sim associado ao planejamento estratégico do negócio. As ações de impacto social devem ser pensadas, planejadas e executadas como parte do propósito do negócio portuário, vinculado diretamente à estratégia do porto. No entanto, o que comumente vemos é uma miríade de ações desconexas, com impactos até relevantes localmente, mas que exigem um esforço tremendo de uma equipe diminuta e que pouco trazem de benefícios para o porto. 


A gestão do território portuário depende de uma boa relação do porto com a comunidade, dos elos históricos, das relações de confiança. A concepção remete aos distritos italianos, aos arranjos produtivos locais, aos clusters ou ecosistemas... como preferirem chamar. A ideia central é a mesma: uma comunidade portuária é feita de elos seguros que garantem relações de confiança e de trocas do tipo win-win. A mensagem é clara: não dá para passar do estágio de enfrentamento porto-cidade apostando apenas em uma marca nova e uma campanha em redes sociais que informe da preocupação do porto com o território. 


Finalmente, para produzir um programa de sustentabilidade voltado para a relação cidade-porto pautado na noção de uma comunidade portuária vibrante, a autoridade portuária deve atuar na gestão de riscos. A gestão de riscos é um conjunto de estratégias e práticas que buscam identificar, mitigar e controlar riscos para evitar perdas. Em outras palavras, a autoridade portuária deve identificar e gerenciar os stakeholders da comunidade portuária sob a perspectiva de risco ao negócio portuário, entrelaçando gestão de riscos com gestão do território. 

*Publicado originalmente em A Tribuna|Santos.SP (02/05/2024)


 
 
 

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©2025 por Flavia Nico.

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