Gestão ambiental na relação cidade & porto
- Flavia Nico
- 6 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Alcançar a sustentabilidade na atividade econômica é o desafio do século XXI. Grande desafio mediante os claros impactos ambientais negativos dos portos - geração de lixo das atividades rotineiras, poluição do ar e marinha, emissão de CO2, derramamento de óleo e outros produtos químicos, dentre vários outros...
Já o impacto positivo direto dos portos que é mais lembrado é a geração de renda. Outras externalidades positivas são as oportunidades da presença da infraestrutura e a competitividade regional. Mas, a contribuição dos portos no PIB compensa os custos ambientais? Entrar nessa discussão é colocar em uma balança economia e meio ambiente.
Sustentabilidade da cidade portuária é a habilidade em ter sucesso econômico sem comprometer o ambiente urbano

Penedo e TVV-LogIn / foto Julia Eugênia Guelli / acervo Observatório Cidade e Porto
Os novos modelos econômicos - economia regenerativa, economia circular etc - têm proposto um novo modo de produção que concilie economia e natureza. As soluções sustentáveis, ainda que já comprovado que impactam positivamente na eficiência econômica de médio e longo prazo, costumam envolver maiores custos de curto prazo.
Como conseguir operações portuárias lucrativas e reduzir os impactos ambientais dos portos?
A solução passa por olhar o meio ambiente de forma holística, considerando o tripé ambiente, economia e sociedade. Sairmos do reducionismo do crescimento econômico medido pelo PIB para olharmos para os portos como vantagem competitiva do território na geração de desenvolvimento econômico.
A aposta é pensar o porto como um sistema, como parte de uma comunidade portuária, do tipo cluster, distrito industrial, arranjo produtivo... ou qualquer nome que quiserem dar para explicar a existência do balanço perfeito entre competitividade e cooperação em um território. A proposta é pensar os portos como parte de uma rede e assim responsável por um conjunto maior de impactos que reconciliem visões de curto prazo, interesses públicos e privados e objetivos comerciais e sociais.
É fácil reconhecer que o comércio exterior e a atividade portuária beneficiam muito, mas é difícil mensurar e lembrar dos impactos positivos dos portos. O porto deve demonstrar os benefícios que traz para o território, que vão bem além da geração de renda. Essa é etapa fundamental para justificar os custos e impactos negativo da atividade e presença do porto.
Portos devem ir além da movimentação de cargas para provar seu valor para a cidade
Proponho 2 caminhos para uma cidade portuária mais sustentável:
o porto reconhecer os impactos negativos e incluir no mindset gerencial as possibilidades de impactos positivos e sustentáveis
a cidade influenciar os portos a adotarem mecanismos para o desenvolvimento econômico sustentável
E para todos aqueles que acham que soluções logísticas e inovações tecnológicas são a solução para a competitividade futura do porto, lembro que o mais importante na transição para um porto sustentável não é o desenvolvimento da tecnologia, mas de arranjos de governança portuária. Assunto para outro dia!
artigo originalmente publicado no LinkedInd @flavianico
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